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  • Foto do escritorRafaella Galardo

Estrangeiros compram menos, mas gastam cada vez mais para ter casa em Portugal

O valor médio dos imóveis transacionados em 2019 aumentou 4,1% face a 2018 (+0,6% no ano anterior), passando de 108,0 mil euros para 112,5 mil euros.

Comprar menos, mas gastar mais. É mais ou menos este o retrato do perfil dos estrangeiros que decidiram comprar imóveis em Portugal no ano passado. Em 2019, os não-residentes foram responsáveis por 8,5% das casas vendidas e, no que toca a valores, representaram 13,3% do montante total transacionado no imobiliário português. Feitas as contas, os estrangeiros pagaram em torno de 176,4 mil euros por imóvel (mais 3,1% face a 2018), valor que fica 56,8% acima do valor médio global do mercado. Os franceses continuam a ser quem mais compra, e os chineses quem mais gasta.

Os dados foram divulgados esta terça-feira, 22 de setembro de 2020, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e revelam que, depois dos acréscimos expressivos tanto em número como em valor nos anos anteriores (+14,5% e +19,2% em número e +22,2% e +22,6% em valor, respetivamente em 2018 e 2017), “em 2019 o número de imóveis adquiridos por não residentes diminuiu 2,0%, tendo aumentado apenas 1,0% em valor”.  Ainda assim, o valor médio dos imóveis transacionados no ano passado aumentou 4,1% face a 2018 (+0,6% no ano anterior), passando de 108,0 mil euros para 112,5 mil euros.

No ano passado, segundo o INE, foram transacionados 230.776 imóveis em Portugal, por um valor total de 25.955 milhões de euros. Destes, 19.520 imóveis foram comprados por não residentes, o equivalente a 8,5% do total (8,2% em 2018), o que em termos do valor transacionado corresponde a 13,3% (13,0% em 2018).

E parece que as preferências dos estrangeiros também estão a mudar – pelo menos no que à localização diz respeito.De acordo com o INE, a distribuição regional do número e do valor dos imóveis adquiridos por não residentes foi diferente em 2019. O Algarvecontinuou a liderar em número (26,9%; 28,6% em 2018) e voltou a ultrapassar a Área Metropolitana de Lisboa em termos do valor global dos imóveis adquiridos por não residentes (situação que se havia invertido em 2018), representando assim 37,7% do valor das aquisições por não residentes (35,8% na AML), em resultado das variações respetivas de +6,1% e -8,5%, face a 2018.

Franceses são líderes nas compras, mas chineses gastam mais

Em 2019, 18,1% do valor total dos imóveis vendidos em Portugal a não residentes corresponderam a vendas a residentes em França, o principal país de residência dos compradores de imóveis, tanto em termos de valor como do número de imóveis transacionados, situação que se vem verificando desde 2016. Seguiram-se o Reino Unido (17,3%), o Brasil (7,7%), a Alemanha (5,7%) e a China (4,8%).

  1. Principais países de residência dos compradores estrangeiros

Fonte: Direção-Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça

No seu conjunto, os 5 principais países de residência dos compradores que adquiriram imóveis em Portugal em 2019, representavam 54,8% do valor global de vendas a não residentes nesse ano, e os 10 principais concentraram 71,9% desse valor. De entre os principais países de residência dos compradores não residentes, destaque para a China, cujo valor médio dos imóveis adquiridos por residentes neste país (373.071 €) foi mais do dobro do valor médio global dos imóveis vendidos a residentes no estrangeiro (176 429€). Segue-se o Brasil (268.127€) e o Reino Unido (227.710€).Principais países de residência dos compradores estrangeiros, em valor transacionado (e peso no total das aquisições de não residentes)Total dos 5 principais – 2019FrançaReino UnidoBrasilAlemanhaChinaFonte: Direção-Geral da Política de Justiça do Ministério da JustiçaPartilhar

Em termos do número de imóveis transacionados, a ordenação é ligeiramente diferente, mantendo-se a França “destacadamente na liderança”, segundo o INE, com cerca de 5.400 imóveis, 27,7% do total, seguida do Reino Unido (cerca de 2.600 imóveis, peso de 13,4%), da Suíça (7,3%), da Alemanha (6,5%) e do Brasil (5,1%).

“O ranking dos principais países de residência dos compradores de imóveis em Portugal tem-se mantido estável nas duas posições cimeiras desde 2015, com a França e o Reino Unido na liderança, mas tem-se assistido a uma perda de representatividade da China (5ª posição em 2019) e a uma subida do Brasil, que desde 2017 mantém a 3ª posição”, sublinha o relatório.

Compra de imóveis por valor igual ou superior a 500 mil euros volta a aumentar

O INE salienta que no ano passado voltou a aumentar a proporção de imóveis vendidos a não residentes com um valor unitário igual ou superior a 500 mil euros, representando 7,5% do número de imóveis adquiridos por não residentes (7,2% em 2018) e 39,2% do valor total (37,6% em 2018).

“Foi essencialmente a partir de 2013 que o número e o valor dos imóveis adquiridos por não residentes com valor igual ou superior a 500 mil euros mais cresceram em Portugal, mais que duplicando em número e quase duplicando em valor face a 2012”, nota o gabinete nacional de estatísticas, recordando o aparecimento, nestes anos, das Autorizações de Residência em Portugal para Atividades de Investimento (ARI), mais conhecidas por vistos gold. 

“Em 2014 esse crescimento acentuou-se, principalmente em valor, passando estes imóveis a representar quase metade do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes nesse ano”, recorda ainda.

  1. Principais países dos estrangeiros que compraram imóveis com valor igual ou superior a 500 mil euros

Fonte: Direção-Geral da Política de Justiça do Ministério da Justiça

Numa análise centrada apenas nas aquisições de imóveis com valor unitário igual ou superior a 500 mil euros, destacam-se, em termos do valor global, as aquisições por compradores residentes no Reino Unido (22,4% do total destas aquisições), em que mais de metade (50,7%) dos imóveis adquiridos por residentes nesse país, em 2019, tinha um valor unitário superior a esse montante. A proporção de imóveis com valor unitário superior a 500 mil euros no total das aquisições é mais elevada nos residentes na África do Sul (60,5%) e mais reduzida na França (16,2%).

O valor médio mais elevado registou-se nas compras feitas por residentes em Espanha (1.689.080€) e no Reino Unido (1.197.088€).

Fonte: Idealista

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